Crônica: A
Viagem do Peregrino da Alvorada
Série: As
Crônicas de Nárnia
Editora: VMF
Martins Fontes
Sinopse: Lúcia e Edmundo, com seu odioso primo Eustáquio a
tiracolo, embarcam numa incrível viagem de aventuras e descobertas, a bordo do
imponente navio Peregrino da Alvorada. Rumo às Ilhas Solitárias, em busca dos
sete amigos desaparecidos do pai do rei Cáspian, eles encontram um dragão, uma
serpente do mar, um bando de criaturas invisíveis, um mágico e o próprio Aslam,
o Grande Leão, que os presenteia com uma promessa muito especial.
Sem
dúvida esse foi uma das crônicas que mais gostei. Edmundo e Lúcia voltam para
Nárnia com seu primo Eustáquio e são resgatados pelo rei Cáspian. Nessa
história podemos conhecer melhor a pessoa de Cáspian, pois já se passaram três
anos em Nárnia e ele já está plenamente estabelecido como rei. Então sai com
alguns homens em busca dos fidalgos que seu Tio havia enviado até o fim do
mundo.
O Peregrino da Alvorada |
Lúcia
passa por uma transformação ao longo do livro, ela começa a se conhecer melhor
e entender que nunca será igual a sua irmã, pois ela é outra pessoa, que tem
virtudes e defeitos também. Senti em várias partes do livro o tanto que Lewis
gosta dessa personagem. Sei que quando ele criou essa personagem foi em
homenagem a uma menina que conhecia, então acredito que ela tenha várias
características dessa criança em questão.
Rei Edmundo |
Edmundo
está louco para mostrar seu valor a cada momento. Pedro não está lá, e todos o
respeitam como um dos grandes reis. Cáspian é quem se sente mais atingido por
essa pressão. E em uma das ilhas ele até desafia Edmundo por ele dizer que não
é um súdito de Cáspian. Não como é como no filme, que essa cena foi realizada
de forma inversa, sendo Edmundo a provocar Cáspian.
Eustáquio como dragão |
Eustáquio
é exatamente como no filme, extremamente chato. Sério. Não sei como os primos o
aguentavam. Mas no livro, podemos ver que todo aquele comportamento foi criado
por influência direta de sua mãe e também por sua imaturidade. Muitos atos
cometidos por ele ao longo do filme, causa uma série de confusões por ele ser
simplesmente travesso e não uma pessoa má.
Rei Cáspian e Rei Edmundo |
Aslam
aparece muito, mas em muitas cenas mesmo deste livro. Ele é uma figura
recorrente, mas não está o tempo todo com eles. Ele só aparece nos lugares e
para as pessoas que precisam vê-lo. Algo que senti muita falta no filme. Uma
das partes favoritas do livro para mim, foi quando Aslam retira a couraça de
dragão de Eustáquio. Podemos sentir o quanto é dolorido o processo, e como foi
retirado camada por camada e depois ele ainda precisava ser purificado em um
lago, para depois voltar a sua forma normal.
Eustáquio, Rei Edmundo, Rainha Lúcia e Rei Cáspian |
A
história da crônica é marcada por várias aventuras diferentes em cada ilha. Não
há relação entre elas, mas cada uma traz um ensinamento diferente o que faz
você ficar totalmente envolvido e ávido pela nova aventura.
Rainha Lúcia a bordo do Peregrino |
Agora
vamos falar da adaptação cinematográfica, finalmente percebi o motivo pelo qual
foi um fracasso. O roteirista não respeitou esse senso de aventuras, mas quis
unir algumas das histórias (pois a grande maioria não foi retratada) com uma
tal nevoa verde que era o “mal” que eles tinham que vencer. Não é preciso dizer
que isso não existe no livro né? Colocou personagens que não existiam para
suprir o vácuo da grande mudança na história e deixou Edmundo muito apagado na
história toda.
No
filme, Edmundo fica sendo atormentado pela Feiticeira Branca enquanto Cáspian
fica atormentado por supostas cobranças de seu pai. Não existe isso no livro,
infelizmente o filme tirou o foco do que deveria ser... A história toda é para
descrever como Aslam vai ajudando cada um com as suas dificuldades interiores,
à medida que vão passando por diversas aventuras. Só posso dizer que o filme é
decepcionante e não chega aos pés do livro.
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