Crônica: Príncipe Caspian
Série:
As Crônicas de Nárnia
Editora:
VMF Martins Fontes
Sinopse:
Tempos difíceis abateram-se sobre a terra encantada de Nárnia. Os dias de paz e
liberdade, em que os animais, anões, árvores e flores viviam em absoluta paz e
harmonia, estavam terminados. A guerra civil dividia o reino, e a destruição
final estava próxima. O príncipe Caspian, herdeiro legítimo do trono, decide
trazer de volta o glorioso passado de Nárnia. Soprando a trompa mágica da
rainha Suzana, ele convoca Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia para ajudá-lo em sua
difícil tarefa.
Os
irmãos pevensie voltam para Nárnia e vivem mais uma aventura juntamente com o
príncipe Caspian. Vi o filme e li a crônica, devo dizer que há muitas
diferenças e que se fosse escolher entre os dois ficaria com o filme. Eu sei,
nesse momento muitos devem estar se perguntado o porquê e vou responder.
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Os irmãos encontram suas coisas guardadas |
No
livro a história é um pouco arrastada. Ele basicamente é um livro de guerra,
uma luta para recuperar o trono de Nárnia que foi usurpado pelo tio do herdeiro
legítimo, Miraz. Começando com os nossos quatro heróis sendo puxados para o
mundo de Nárnia numa estação de trem. No filme eles reproduzem o diálogo
idêntico do livro, mas eles param na praia e no livro param numa floresta
próxima da praia. Não achei uma diferença muito grande e com certeza ver aquela
imensidão de azul do mar do nada é um choque visual muito maior do que
despertar dentro de uma floresta.
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Os reis indo para a mesa de pedra |
No
decorrer da história eles passam alguns dias em Cair Paravel, que havia virado
uma ilha, até encontrarem e salvarem o anão Trumpkin (mais tarde apelidado
pelas crianças de N.C.A. – nosso caro amiguinho). Algo que é mostrado até no
filme de uma forma rápida. Depois ficam mais tempo na ilha até saírem e
percorrem um longo caminho ao encontro de Caspian. No filme acontece bem mais
rápido, o que achei maravilhoso porque realmente era sem propósito eles ficarem
perdendo tanto tempo conversando na ilha enquanto Nárnia estava em guerra. O
livro descreve o anão contando toda a história de Caspian para os quatro na
ilha. Enquanto no filme essa parte foi mudada e os acontecimentos acontecem
paralelamente. O que dá um dinamismo único e também a forma como os animais se
reúnem com o novo rei de Nárnia é muito mais realista do que se fosse na forma
contada do livro.
No
filme conhecemos muito mais do caráter de Caspian do que no livro. Ele aparece
poucas vezes e nunca toma uma postura muito forte, além das inúmeras batalhas
perdidas contra seu tio. Novos elementos são introduzidos no filme que não
existem no livro. Como Pedro sendo arrogante e tendo desavenças com Caspian o
que seria extremamente natural naquela situação. E agradeço ao roteirista do
filme por não ter deixado Susana resmungando como fica no livro. Sério, ela faz
isso em várias e várias páginas.
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Grande Rei Pedro e Príncipe Caspian |
Sabemos
que nos livros Susana gosta muito mais de ficar de fora das batalhas e que
Lúcia é quem luta que nem “menino”. Palavras do próprio autor. Porém, era
realmente necessário ela ter uma presença mais forte no campo de batalha junto
com os irmãos já que ela é mais velha até que Edmundo.
Há
uma parte no livro que foi totalmente cortada do filme e eu agradeço novamente ao
roteirista. Não sei o que houve com Lewis, mas ele introduz Baco (o deus do
vinho) na história. Isso não tem relação com absolutamente nada da história em
foco. Ainda não entendo o porquê de ele ter colocado Baco, e outras coisas. Mas
as árvores e os espíritos da natureza eram totalmente necessários. Não apenas
na batalha, mas pelo simples fato deles realmente despertarem. E no filme isso
fica muito claro o momento que elas voltam à vida.
Seguindo
a parte do Baco, há a parte do ser marítimo no Beruma, com certeza muito mais
importante para a história. Não preciso dizer que a representação dessa parte
no filme foi bem fiel né? Realmente é de impressionar.
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Caspian resgata Susana |
Agora
infelizmente tenho que decepcionar quem amava o casal Susana e Caspian, pois o
único contato que eles tem no livro é no final quando o novo rei tenta devolver
a trompa e Susana pede para ele guardar para ela. Só isso. Não há romance
gente. Não há nada.
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A batalha final |
A
parte que a Feiticeira Branca aparece no filme foi puro exagero. Houve
intervenção bem antes disso de Pedro e Edmundo. Então no geral ainda fico com a
versão do filme que pôde explorar muito mais a personalidade de cada um e seus
sentimentos. Principalmente o de culpa, de tomarem decisões precipitadas, de
não terem ou oscilarem na fé de que Aslam realmente poderia vir ao encontro
deles.
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Rainha Lúcia e Aslam |
Lúcia
sempre se destaca neste sentido. Ela sempre vê Aslam primeiro, mesmo quando
ninguém está vendo ou mesmo quando ninguém quer ver. O livro aborda muito esse
aspecto, às vezes não vemos algo porque simplesmente não queremos ver. Não
queremos acreditar.
Adorei sua resenha! Muito bem explicada aos detalhes. Que pena que o livro é mais de guerra, provavelmente então eu não gostaria :( o filme é bem mais interativo e envolvente nesse sentido
ResponderExcluirxx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Tem resenha nova no blog de "O presente do meu grande amor", vem ver!
Eu também fico com o filme XD
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