Editora: Novo Conceito
Sinopse: Quando
criança, a pianista Júlia Forrester passava seu tempo na estufa da propriedade
de Wharton Park, onde flores exóticas cultivadas pelo seu avô nasciam e morriam
com as estações. Agora, recuperando-se de uma tragédia na família, ela busca
mais uma vez o conforto de Wharton Park, recém-herdada por Kit Crawford, um
homem carismático que também tem uma história triste. No entanto, quando um
antigo diário é encontrado durante uma reforma, os dois procuram a avó de Júlia
para descobrirem a verdade sobre o romance que destruiu o futuro de Wharton
Park. E, assim, Júlia é levada de volta no tempo, para o mundo de Olívia e
Harry Crawford, um jovem casal separado cruelmente pela Segunda Guerra Mundial,
cujo frágil casamento estava destinado a afetar a felicidade de muitas
gerações, inclusive da de Júlia.
Wharton Park, a casa da
família Crawford, esconde muitos segredos que são revelados aos poucos pela
Lucinda Riley de forma brilhante. Como diz uma amiga minha, é o tipo de livro
que tem que ser lido com paciência, pois a leitura não é frenética e segue o
ritmo emocional dos personagens que se encontram, na maioria das vezes, em
sofrimento.
No inicio do livro, Júlia
está no momento mais sombrio de sua vida e busca forças num velho chalé para
poder superar essa crise. Ela perdeu seu marido e seu filho de dois anos num
terrível acidente de carro na França enquanto fazia um recital de piano. Isso a
faz ficar longe de uma das maiores felicidades de sua vida, o piano. Sua irmã
Alícia foi à França e a trouxe para Inglaterra a fim de ficarem mais próximas e
ela poder dar o apoio que sua irmã tanto necessitava. O problema é que Júlia
não aceita esse apoio e continua se afastando de todos.
O passado começa a ser
revirado quando Alicia tem a ideia de levar Júlia para um leilão em Wharton
Park, uma propriedade na qual a família delas viveu durante muito tempo. Júlia
reencontra Kit, não o via desde crianças, e acaba ocorrendo uma aproximação
inesperada que desencadeia uma série de revelações sobre as duas famílias e
como elas se conectaram ao longo de gerações.
O livro é muito extenso
e é impossível falar de todos os fatos importantes então quero explanar sobre
alguns personagens muito interessantes, como Kit Crawford. Ele é o “príncipe”
do livro que entra na vida de Júlia para trazer felicidade e força. Mesmo
possuindo uma história de vida triste ele não se deixa vencer pela tristeza e
mostra que há um caminho de esperança para que Júlia possa superar sua própria
tragédia.
Confesso que não
gostava muito de Lídia, o grande amor de Harry Crawford, mas no final do livro
pude realmente sentir o que a autora queria trazer sobre essa personagem. A pureza
de seu sentimento é indiscutível. Harry é muito egocêntrico e mesmo com todas
as escolhas que fez para o bem dos outros, só consigo ver que ele arruinou
muitas vidas no caminho com a de Olívia, uma mulher admirável que fez tudo o
que podia para ser feliz. Infelizmente não foi o suficiente.
No decorrer da leitura
temos o período de guerra e também seus efeitos devastadores na vida dos
personagens. Mas a geração de Júlia e Kit tem tudo para restaurar muito desses “efeitos”
o que importa é realmente ter coragem para ser feliz. Algo que vemos pouco nos
dias de hoje. Normalmente as pessoas se convencem fácil de que isso ou aquilo é
impossível. Será mesmo? E se você colocar um pouco de esforço em sua atitude as
coisas não poderiam ser diferentes? O livro traz uma séria de reflexões como
essa e com certeza é uma ótima leitura.
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