A
chuva caía. Estava admirando a dimensão que atingia a água à medida que descia
das nuvens sobre o asfalto. O cheiro era úmido e fresco. Entrava em meus
pulmões e não saía mais. Em volta havia pessoas correndo debaixo de seus
guarda-chuvas. “Será que não percebem que
já estão se molhando? Não precisam continuar correndo.” Pensava eu. O
desespero de chegar seco em algum lugar era nítido nos rostos das pessoas a
minha volta. Já estava chovendo por um bom tempo. Eu não tinha pressa.
Protegida por meu guarda-chuva andava lentamente. O parque ficava cada vez mais
lindo naquela atmosfera. A beleza também pode ser encontrada onde não se
espera, nem todos entendem isso. Eu entendia. Avistei um banco vermelho, passo
a passo fui até ele e sentei da forma que mais gosto de sentar. Mãe nenhuma
deixa seus filhos se sentarem dessa forma, é impróprio, dizem elas. Mas não era
mais uma criança e sim uma mulher em busca de algo. Seria fácil me desesperar e
correr como os outros a minha volta, era só olhar para os meus problemas. Mas
olho para a luz que emana do céu. Uma linda luz sobre a minha cabeça por aonde
vou. Me recuso a agir como os outros. Sento neste banco e espero. Espero minha
vez, meu momento. Não há porque me afligir, Ele cuida de mim. Sei o que devo
fazer, e essa chuva que cai posso aproveitar da mesma forma que aproveito um
dia ensolarado. A espera é um momento de transição para que coisas novas e
grandiosas possam vir. Enquanto isso curto cada momento, mais na frente poderei
dizer que aproveitei e continuo aproveitando cada momento me enchendo de
pensamentos bons e da luz que poucos veem. “O
que importa o que os outros pensam? Importa o que Ele pensa.” Sigo Seu
caminho e não olho para trás, sei novas coisas estão por vir.
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